Veloz, mas faltou o diálogo com a bola
Galo vence por 3 a 2 o Villa Nova em jogo-treino cuja performance deixa evidente que muita coisa ainda há para ser corrigida. Atletas consideram normal a dificuldade de entrosamento
Paulo Galvão - Estado de MinasPublicação:
21/01/2012 07:00Para que as coisas funcionem como desejado pelos atleticanos, o Galo precisará melhorar o diálogo entre seus jogadores, que ainda não estão se entendendo em campo. Fora dele também é necessário haver maior compreensão, principalmente com o argentino Damián Escudero, que chegou na segunda-feira.
Apesar de ter passado 2011 no Grêmio, o armador e atacante não consegue falar português fluentemente, como mostrou em entrevista coletiva no dia em que foi apresentado. Para piorar, seu “intérprete” tem sido Danilinho, que passou os últimos quatro anos no México e, conforme admitiu, tem se confundido na língua pátria.
“Todo mundo está procurando ajudar o Escudero e, aos poucos, ele vai se adaptando. Não é fácil essa questão da língua, até eu me confundo às vezes e misturo com o espanhol”, disse Danilinho, natural de Ponta Porã (MS), na fronteira do Brasil com o Paraguai.
Enquanto o “gringo” tenta aprimorar o português, os jogadores usam os gestos para se comunicar com ele. Como fez André na atividade de ontem e também no treino coletivo da tarde de quinta-feira, orientando quanto à movimentação e também sobre como gosta de receber as bolas para concluir as jogadas.
Como o Atlético está treinando há apenas 12 dias, os atletas acreditam ser normal que a equipe enfrente dificuldade de entrosamento. Porém, acreditam que com o decorrer dos treinamentos e dos jogos o ritmo do time vá evoluir, até chegar à forma desejada por Cuca. “Temos de continuar trabalhando forte, pois o Mineiro não será fácil. Vamos procurar crescer a cada jogo”, declarou Danilinho.
Em casa Quem também chegou agora, mas parece já estar bem enturmado, é o zagueiro Rafael Marques. Com Leonardo Silva contundido, ele já começou o ano como titular e foi logo marcando gol no primeiro treino coletivo.
Para facilitar as coisas, ele conta com o fato de conhecer não só o técnico Cuca, que o comandou no Botafogo, como alguns jogadores, como o companheiro de zaga, Réver, com quem atuou no Grêmio. Além disso, é extrovertido. “Procuro conversar um pouco com cada jogador. Quando a gente chega ao clube e encontra jogadores que estão aqui há bastante tempo, a gente procura conversar. Conheço o Werley também, a gente conversa muito”, disse o zagueiro.
Cuca espera evolução
O resultado do jogo-treino com o Villa Nova, na tarde de ontem, na Cidade do Galo, foi o que menos interessou ao técnico Cuca. Ele gostou da movimentação dos jogadores, tanto no primeiro tempo, quando usou o time considerado titular, quanto na etapa final com os reservas, e espera evolução física e tática. “O jogo-treino foi bom, mas claro que estamos longe do ideal, o preparo não é o melhor, nem o entrosamento. O que me deixou contente foi que a atividade foi pegada, em nível de competição, contra uma equipe que daqui a pouco enfrentaremos em jogo oficial. Tenho certeza de que a evolução vai ser nítida na quarta-feira (quando haverá novo jogo-treino, desta vez contra o Tombense).
Vamos acertar as peças, procurar posicionar taticamente os atletas para a gente ter melhor desempenho”, afirmou o treinador, que a partir de agora dará mais ênfase aos treinamentos táticos.
Durante a atividade contra o Leão do Bonfim, o Galo mostrou velocidade, mas também dificuldades de manter a posse de bola. Segundo Cuca, isso era esperado e será corrigido durante a preparação. “Vamos mostrar para os jogadores o quão importante é manter a bola nos nossos pés. É mais fácil cadenciar o jogo com jogadores rápidos e é isso que eles têm de entender”, argumentou.
Dois times Na primeira parte do jogo-treino de ontem, Cuca repetiu a escalação usada no coletivo do dia anterior, com o Galo entrando em campo no 4-2-3-1, com Renan Ribeiro; Carlos César, Rafael Marques, Réver e Richarlyson; Pierre e Leandro Donizete; Escudero, Danilinho e Bernard; André. Já o Villa Nova começou no 3-5-2, com Élisson; Heitor, Álvaro e Carciano; Alex Santos, Anderson Uchoa, Anderson Tôto, Henrique e Zé Rodolpho; Róbson e Eliandro. O alvinegro venceu por 1 a 0, gol de Danilinho. A vantagem poderia ter sido maior, mas Élisson pegou pênalti cobrado por André.
Na segunda etapa, toda a equipe atleticana foi mudada, jogando com Giovanni; Marcos Rocha, Lima, Werley e Triguinho; Serginho, Fillipe Soutto, Dudu Cearense e Mancini; Neto Berola e Guilherme. Logo no começo, Dudu Cearense ampliou, com Mancini fazendo o terceiro. O Villa, porém, não se entregou e conseguiu diminuir com Carciano, depois que Giovanni não segurou cobrança de falta. Já no fim, Vinícius fez o segundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário