O campeão voltou
Depois de um dia de folga após conquista do título inédito da Copa Libertadores, jogadores retornam à Cidade do Galo. Titulares fizeram apenas treino regenerativo
Roger Dias - Estado de MinasPublicação:
27/07/2013 08:49Cuca começa a traçar o planejamento para o restante da temporada, incluindo Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Mundial de Clubes |
A intenção é não deixar o Campeonato Brasileiro de lado, assim como fez o Corinthians na última temporada, quando venceu o Mundial no Japão e terminou a Série A na quinta colocação. Ficar em situação confortável e livre de qualquer ameaça de rebaixamento no fim ajudaria o time alvinegro a ganhar tranquilidade e fazer melhor preparação antes de embarcar para a África.
“Chegamos a uma posição muito boa, pois disputamos duas competições e ganhamos dois títulos. Ainda temos a Copa do Brasil, o Brasileiro e o Mundial. O Atlético vai com muita vontade em busca de novos êxitos. O momento é positivo, o time ganhou qualidade e a torcida fez sua parte. O Mundial ainda está longe e dá para ter um planejamento cuidadoso. Vamos sentar para ver do que precisamos”, afirma o diretor de futebol Eduardo Maluf, que garantiu que a diretoria promoverá uma festa aberta em breve, com a presença da taça e dos campeões.
Na tarde dessa sexta-feira, os titulares fizeram apenas um treino regenerativo e atenderam alguns torcedores que assistiram à atividade dos reservas no campo. O zagueiro Leonardo Silva aproveitou para levar seu filho, Lucas, de 1 ano e sete meses, ao CT atleticano. O goleiro Victor e o zagueiro Réver participaram de rápida conversa com Cuca. Ronaldinho Gaúcho foi ao treino acompanhado do irmão e empresário, Assis.
Realizado com o maior troféu de sua carreira como treinador, Cuca entende que a torcida está satisfeita, mas continuará cobrando a melhor postura possível do grupo: “Eu me sinto com a sensação de dever cumprido. Há tanto tempo essa torcida estava esperando esse título. Outras gerações não tiveram essa oportunidade e eu me sinto privilegiado. Mas a cada dia a torcida exigirá novos títulos e vitórias. Se perdemos quatro partidas consecutivas, logo virá a pressão”.
Artilheiro da Copa Libertadores, com sete gols, o atacante Jô agradeceu o incentivo de Cuca nos momentos complicados: “Quando cheguei ao Galo, ele disse que eu era o grande jogador que surgiu no Corinthians e que não desaprendi a jogar futebol. Ele foi fundamental para que o grupo ganhasse confiança e respeito no momento do título”.
Tadeu Martins, pai de Diego Tardelli, aproveitou a ocasião de festa para acompanhar os trabalhos na Cidade do Galo. “Como todo bom atleticano, inclusive eu, que nasci em Belo Horizonte, hoje nos sentimos mais leves, depois de toda a carga dramática que havia antes do jogo. Esse time não tem só o Diego, tem um grupo de atletas que se doam, que jogam com amor à camisa. Tudo isso faz de um time um grupo campeão”, disse Tadeu, que foi atacante da Portuguesa nos anos de 1970 e 1980. Campeão brasileiro com o Coritiba em 1985, Lela, pai de Richarlyson e Alecsandro, também foi um dos visitantes.
FAIXA
Torcedores do Atlético fixaram uma faixa no lado de fora da Cidade do Galo em agradecimento ao grupo pela conquista da Libertadores. Na semana passada, integrantes do departamento médico das categorias de base expuseram banners de incentivo ao grupo na decisão contra o Olimpia, que acabaram sendo úteis na conquista do título inédito.
ENQUANTO ISSO...
Indefinição sobre Bernard
Cotado para deixar o Atlético depois da Copa Libertadores, Bernard esteve ontem à tarde na Cidade do Galo na companhia de um de seus empresários, Adriano Spadotto. O atacante atendeu alguns fãs, fez a atividade regenerativa na piscina com os companheiros que participaram da vitória sobre o Olimpia, mas evitou comentar sobre o futuro. Na segunda-feira, o jornal francês L’Equipe noticiou que o jogador já estaria acertado com o Arsenal e que realizaria os exames médicos ontem, em Londres, o que não se confirmou. O diretor de futebol Eduardo Maluf foi taxativo: “São especulações em cima de especulações. Temos de desmentir todos os dias. A hora que tiver alguma proposta irrecusável, todos saberão”.
FALA, CAMPEÃO!
“Sou atleticano desde menino. Nasci em 1972 sob a alegria do grande feito de termos sido campeões brasileiros em 1971. De lá para cá, muitas vezes fomos campeões mineiros e estivemos muito perto de um bi brasileiro, mas nunca desistimos de sonhar e torcer. O que vimos e sentimos nesses últimos meses foi mais que futebol. Foi arte, determinação, talento, união e fé. Um espetáculo inédito. Nunca havia sentido nada igual na minha vida”
Rogério Flausino, vocalista do Jota Quest